quarta-feira, 26 de junho de 2013

Poesia

SABOREAR-TE
 

Quero penetrar no teu mundo: com os meus dedos folhear-te, saborear-te.
Cheiras a novo, a fresco: sinto a tua essência (o perfume da tua resina) - uma textura por desvendar: purificar.
Sinto-me vulnerável na tua presença - e falas-me numa voz calada, que não escuto - mas que aprecio.

Imaginar-te, dentro dele, faz-me arrepiar: BRRRRRRRRR! O pelo da minha epiderme levantou-me: um suave e refrescante calafrio.

A tua voz calada é o hálito fresco de que preciso: o ar das palavras libertado para a atmosfera.

Aromatizaste o meu espaço com o teu perfume vocal.

A tua capa: o teu peitoral que, sobejamente, quero sentir - e abrir.

As tuas costelas de Adão, a tua lombada, aliciam-me a entrar nesta estrada: a da aprendizagem.

És o meu Mundo da linguagem.

Aproximo, do meu peito, a tua contracapa: qualquer dimensão em que te encontres alicia-me a querer saber mais - e mais: muito mais.

Dominas a minha mente e o meu corpo - e só tu o sabes fazer.

Eu limito-me apenas a ler-te.

Não me LIVRO de ti facilmente por seres apenas o que és: és TUDO o que quero: um LIVRO.
                                           
                                                     Professora Cristina Pinto
 



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